TRECHO DO LIVRO
"UM CURSO EM MILAGRES"
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"Repetindo, o fato de eu projetar nessa tela que é você essa culpa
que não posso encarar e liberar em mim mesmo, me dá a oportunidade de
olhar para ela e dizer que agora posso vê- la de um modo diferente. Os
pecados e a culpa que eu deixo de ver em você, e perdôo, são
realmente os mesmos pecados e a mesma culpa pelos quais eu me acho
responsável. Isso, por sinal, tem a ver com o conteúdo do pecado, não
a forma, que pode ser bem diferente. Perdoando isso em você, eu estou
de fato perdoando isso em mim mesmo. Essa é a idéia central em todo o
Curso. Todas essas palavras tratam realmente disso. Nós projetamos a
nossa culpa em outras pessoas e, assim, quando escolhemos olhar para
aquela pessoa como o Espírito Santo quer que olhemos — através da
visão de Cristo — somos então capazes de reverter o nosso modo de
pensar sobre nós mesmos.
O que fiz foi projetar a minha própria
escuridão sobre você de modo que a luz de Cristo em você seja
obscurecida. Tomando a decisão de dizer que você não está na
escuridão—mas realmente está na luz, que é a decisão de deixar que
essa escuridão que eu coloquei em você desapareça—eu estou realmente
declarando exatamente a mesma coisa sobre mim mesmo. Estou dizendo, não
apenas que a luz de Cristo brilha em você, mas brilha também em mim. E
é, de fato, a mesma luz. O perdão é isso. Assim sendo, isso
significa que devemos ser gratos por cada pessoa nas nossas vidas,
especialmente aquelas com as que nós temos mais problemas. Aqueles que
mais odiamos, que achamos mais desagradáveis, com os que nós nos
sentimos mais desconfortáveis são exatamente aqueles que o Espírito
Santo nos ‘enviou’ e pode usar para nos mostrar que podemos fazer uma
outra escolha em relação àquele em quem antes estávamos tentados a
projetar a nossa culpa. Se eles não estivessem no filme e na tela das
nossas vidas, não saberíamos que essa culpa está realmente em nós.
Portanto, não teríamos a oportunidade de nos libertarmos dela. A
única chance que jamaisteremos de perdoar a nossa culpa e ficarmos
livres é vê-la em uma outra pessoa e lá a perdoarmos. Perdoando-a no
outro, estamos perdoando-a em nós mesmos. Mais uma vez, nessas poucas
linhas está a soma e a importância de Um Curso em Milagres.
O
perdão, portanto, pode ser brevemente resumido em três passos
básicos. O primeiro passo e reconhecer que o problema não está lá
fora, na minha tela. O problema está dentro de mim, no meu filme. O
primeiro passo diz que a minha raiva não se justifica, mesmo que a
raiva sempre me diga que o problema está fora de mim, em você, de modo
que você tem de mudar para que eu não precise mudar. Assim, o
primeiro passo diz que o problema não está do lado de fora, ao
contrário, está dentro de mim. Esse passo é muito importante pois
Deus colocou a Resposta para o problema da separação dentro de nós. O
Espírito Santo não está fora de nós, está dentro, em nossas
mentes. Ao determinarmos que o problema está fora de nós, o que a
projeção sempre faz, estamos mantendo o problema separado da resposta.
E exatamente isso que o ego quer, porque se o problema do ego é
respondido pelo Espírito Santo, nesse caso, o ego não mais existe.
Portanto,
o ego é muito dúbio e sutil em nos fazer acreditar que o problema
está fora de nós, seja ele em professores, amigos, marido ou mulher,
filhos, o presidente—ou na bolsa de valores, no tempo, até no próprio
Deus. Somos todos muito bons nessa habilidade de ver o problema onde ele
não está, de modo aquela a solução possa ser mantida separada do
problema. As lições do livro de exercícios que tornam isso muito
claro são as de número e: “Que eu reconheça o problema para que ele
possa ser resolvido” e “Que eu reconheça que os meus problemas foram
resolvidos”. Há apenas um problema e esse é acreditarmos na própria
separação, ou o problema da culpa, e esse é sempre interno, não
externo. Contudo, o primeiro passo para o perdão, é, mais uma vez,
dizermos que o problema não está em você; o problema está em mim. A
culpa não está no próximo, mas em nós mesmos. O problema não está
na tela na qual eu o projetei; ao contrário, está no filme dentro de
mim, que é um filme feito de culpa.
Agora, o segundo passo, que é o
mais difícil, o passo que todos nós fazemos qualquer coisa para
evitar, é lidar com o conteúdo desse filme, que é a nossa própria
culpa. E por isso, mais uma vez, que todos nós temos um investimento
tão grande em justificar e manter essa raiva e esse ataque assim como
em ver o mundo dividido entre o que é bom e o que é mau. Enquanto
fizermos isso, não temos que lidar com esse segundo passo, que é olhar
para a nossa culpa e para todos os nossos sentimentos de ódio em
relação a nós mesmos.
No primeiro passo, eu digo que a minha raiva
é uma decisão que eu tomei para projetar a minha culpa. Agora, no
segundo passo, digo que essa mesma culpa também representa uma
decisão. Representa a decisão de ver a mim mesmo como culpado ao
invés de sem culpa. Tenho que reconhecer, ao contrário, que sou um
Filho de Deus ao invés de um filho do ego, que a minha verdadeira casa
não é nesse mundo mas em Deus. Não podemos fazer isso até olharmos
primeiro para a nossa culpa e dizermos que não é isso o que realmente
somos. Não podemos dizer isso até olharmos primeiro para uma outra
pessoa e dizermos: “Você não é o que eu fiz de você; você é
realmente o que Deus criou”.
......
"Mais uma vez, de forma muito clara, o propósito de Um Curso em Milagres
é trazer a tona o sistema de pensamento do ego e o sistema de
pensamento do Espírito Santo—a nossa mentalidade certa e a nossa
mentalidade errada—para assim nos habilitar a optar contra a mentalidade
errada e a favor do perdão e do Espírito Santo. Esse é um processo
lento e temos que ser pacientes. Ninguém escapa da culpa da noite para o
dia. As pessoas que dizem a vocês que transcenderam seus egos
provavelmente não o fizeram. Se o tivessem feito, nem sequer lhes
diriam, pois estariam além disso.
Deixem-me falar agora, de forma
bastante específica, sobre como isso funciona. E aqui vemos como Jesus e
o Espírito Santo nos pediriam para lidar com as situações que
aparecem nas nossas vidas. Vamos dizer que estou sentado aqui, tentando
fazer o trabalho do meu Pai e alguém entra e me insulta ou joga alguma
coisa em cima de mim. Vamos assumir que, nesse momento em que estou aqui
sentado, eu não esteja na minha mente certa. Em outras palavras, eu
acredito que sou um ego. Sinto-me amedrontado e culpado, e não acredito
que Deus esteja comigo; não estou me sentindo muito bem sobre mim
mesmo. Agora você entra e começa a xingar e gritar comigo, me acusando
de todos os tipos de coisas. Em algum nível, porque sou culpado,
acreditarei que o seu ataque a mim é justificado. Isso não tem nada a
ver com o que você diz ou não diz, ou se o que você diz é ou não
verdadeiro. O fato de eu já ser culpado vai exigir que eu acredite que
deva ser punido e atacado. Você entra e faz exatamente o que eu
acredito que esteja vindo para mim. Isso vai dar lugar a duas coisas. Em
primeiro lugar, o seu ataque a mim vai reforçar toda a culpa que eu
já sinto. Em segundo lugar, vai reforçar a culpa que você já sente
porque você não me estaria atacando se você mesmo já não fosse
culpado. O seu ataque a mim vai reforçar a sua própria culpa.
Nessa
situação, eu não vou apenas sentar aqui e receber o seu ataque sem
me mexer. Eu farei uma dessas duas coisas (ambas são a mesma): uma é
ir para um canto chorar e pedir a você para ver como você me tratou
mal, como me trouxe todo esse sofrimento, para que você veja como me
sinto miserável e se sinta responsável por isso. A mensagem que eu
estou lhe dando é: por causa da coisa terrível que você me fez, eu
estou agora sofrendo. Essa é a minha maneira de lhe dizer que você
deve se sentir arrasado e culpado por causa do que você me fez. A outra
forma de fazer a mesma coisa é atacar você de volta. Vou apenas
xingar você com todos os nomes feios que conheço e dizer: “O que você
pensa que é me chamando de tudo isso? Você é que é realmente uma
pessoa, etc.”
Essas duas formas de defesa da minha parte são
realmente maneiras de fazer você se sentir culpado pelo que fez comigo.
O próprio fato de eu estar fazendo isso com você constitui um ataque
pelo qual eu vou me sentir culpado; o próprio fato de eu estar impondo
culpa a você, que já se sente culpado, vai reforçar a sua culpa.
Assim, o que acontece quando a sua culpa se encontra com a minha é que a
reforçamos em cada um de nós e desse modo ficamos ambos ainda mais
condenados a essa prisão de culpa na qual vivemos.
Dessa vez, vamos
assumir que você vem aqui e me insulta, mas agora eu estou na minha
mente certa e me sinto bem em relação a mim mesmo. Sei que Deus está
comigo, que Deus me ama e, por causa disso, nada pode me ferir. Não
importa o que você faça comigo, porque eu sei que Deus está comigo,
sei que estou perfeitamente a salvo e em segurança. Sei que seja o que
for que você diga, mesmo que possa ser verdade em certo nível, em
umnível mais profundo não pode ser verdadeiro porque sei que sou um
Filho de Deus e, portanto, sou perfeitamente amado pelo meu Pai. Não
há nada que você diga ou faça que possa tirar isso de mim.
Se
assumirmos que é essa a posição na qual eu estou no momento em que
estou aqui sentado e você entra e me insulta, eu sou livre para olhar
para o que você fez de outra maneira. Há uma frase maravilhosa na
primeira carta de João no Novo Testamento que diz: “O amor perfeito
exclui o medo”. Jesus a cita muitas vezes no Curso de modos diferentes. O
que isso significa não é apenas que o amor perfeito exclui o medo,
também exclui o pecado, a culpa, e todas as formas de sofrimento e
raiva. Não há nenhuma maneira de alguém estar repleto do amor de Deus
(e identificado com isso) e ter medo, raiva, culpa, ou buscar ferir
outra pessoa. E absolutamente impossível que alguém sinta o Amor de
Deus e procure ferir um outro. Você simplesmente não pode fazer isso.
Isso
significa que se você está tentando me ferir. Naquele momento
específico você não acredita que esteja repleto do Amor de Deus.
Naquele momento específico, você não está se identificando como um
Filho de Deus. Você não acredita que Deus seja seu Pai e, porque está
no seu estado egótico, você se sentirá ameaçado e culpado. Você
sentirá que Deus está tentando pegá-lo. E a única forma de você
lidar com toda essa culpa é atacando um irmão. E isso o que a culpa
sempre faz. Portanto, quando você me insulta ou me ataca, está
dizendo: “Por favor, me ensine que eu estou errado; por favor me ensine
que há um Deus que me ama, que eu sou Sua criança. Por favor, me
mostre que o amor que eu acredito ser impossível para mim realmente
existe”. Assim, todo ataque é um pedido de auxilio ou um pedido de
amor. -
O primeiro subtítulo do capítulo do texto, “O julgamento do
Espírito Santo” (T-I) declara isso de forma muito nítida. Aos olhos
do Espírito Santo cada ataque é um pedido de ajuda ou um pedido de
amor porque se a pessoa se sentisse amada, ele ou ela não poderiam
nunca atacar. O ataque é uma expressão do fato de que a pessoa não se
sente amada e, portanto, é um pedido de amor. Está dizendo: “Por
favor, me mostre que eu estou errado, que realmente existe um Deus que
me ama, que eu sou a Sua criança e não um filho do ego”. Se eu estou
sentado aqui na minha mente certa é isso o que vou ouvir. Vou ouvir no
ataque um pedido de amor. E por estar identificado com o Amor de Deus
naquele momento, como poderia responder de qualquer outra maneira que
não fosse uma tentativa de estender esse Amor?
A forma especifica na
qual eu respondo ao ataque cabe ao Espírito Santo. Se eu estou na
minha mente certa, perguntarei a Ele e Ele me mostrará como devo
responder. A forma das minhas ações não é importante. Esse não é
um curso sobre atos ou comportamento, mas sobre uma mudança no nosso
modo de pensar. Como nos diz Um Curso em Milagres, “não busques mudar o
mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo” (T-in.:). Se
pensamos de acordo com o Espírito Santo, tudo o que fizermos será
certo. Santo Agostinho disse uma vez: “Ama e faze o que quiseres”. Se o
amor está no nosso coração, tudo o que fizermos será certo; se não
está, tudo estará errado, pouco importa o que seja. Portanto, a minha
preocupação, ou o que deve me interessar não é o que eu devo fazer
quando você me ataca; o que me interessa é como posso ficar na minha
mente certa para poder então perguntar ao Espírito Santo o que devo
fazer. Repetindo, se eu estou na minha mente certa, verei o seu ataque
como um pedido de ajuda e não verei o ataque de forma alguma.
Essa
idéia de julgamento e extremamente importante. Mais uma vez, de acordo
com o Espírito Santo, há apenas dois julgamentos que podemos fazer
sobre qualquer pessoa ou qualquer coisa nesse mundo. Ou é uma
expressão de amor ou um pedido de amor."