quinta-feira, 30 de agosto de 2012





TRECHO DO LIVRO

"UM CURSO EM MILAGRES"
EBOOK GRATUITO QUE SE PODE BAIXAR EM
http://www.sintoniasaintgermain.com.br/Um-Curso-Em-Milagres-Completo.pdf

"Repetindo, o fato de eu projetar nessa tela que é você essa culpa que não posso encarar e liberar em mim mesmo, me dá a oportunidade de olhar para ela e dizer que agora posso vê- la de um modo diferente. Os pecados e a culpa que eu deixo de ver em você, e perdôo, são realmente os mesmos pecados e a mesma culpa pelos quais eu me acho responsável. Isso, por sinal, tem a ver com o conteúdo do pecado, não a forma, que pode ser bem diferente. Perdoando isso em você, eu estou de fato perdoando isso em mim mesmo. Essa é a idéia central em todo o Curso. Todas essas palavras tratam realmente disso. Nós projetamos a nossa culpa em outras pessoas e, assim, quando escolhemos olhar para aquela pessoa como o Espírito Santo quer que olhemos — através da visão de Cristo — somos então capazes de reverter o nosso modo de pensar sobre nós mesmos.
O que fiz foi projetar a minha própria escuridão sobre você de modo que a luz de Cristo em você seja obscurecida. Tomando a decisão de dizer que você não está na escuridão—mas realmente está na luz, que é a decisão de deixar que essa escuridão que eu coloquei em você desapareça—eu estou realmente declarando exatamente a mesma coisa sobre mim mesmo. Estou dizendo, não apenas que a luz de Cristo brilha em você, mas brilha também em mim. E é, de fato, a mesma luz. O perdão é isso. Assim sendo, isso significa que devemos ser gratos por cada pessoa nas nossas vidas, especialmente aquelas com as que nós temos mais problemas. Aqueles que mais odiamos, que achamos mais desagradáveis, com os que nós nos sentimos mais desconfortáveis são exatamente aqueles que o Espírito Santo nos ‘enviou’ e pode usar para nos mostrar que podemos fazer uma outra escolha em relação àquele em quem antes estávamos tentados a projetar a nossa culpa. Se eles não estivessem no filme e na tela das nossas vidas, não saberíamos que essa culpa está realmente em nós. Portanto, não teríamos a oportunidade de nos libertarmos dela. A única chance que jamaisteremos de perdoar a nossa culpa e ficarmos livres é vê-la em uma outra pessoa e lá a perdoarmos. Perdoando-a no outro, estamos perdoando-a em nós mesmos. Mais uma vez, nessas poucas linhas está a soma e a importância de Um Curso em Milagres.
O perdão, portanto, pode ser brevemente resumido em três passos básicos. O primeiro passo e reconhecer que o problema não está lá fora, na minha tela. O problema está dentro de mim, no meu filme. O primeiro passo diz que a minha raiva não se justifica, mesmo que a raiva sempre me diga que o problema está fora de mim, em você, de modo que você tem de mudar para que eu não precise mudar. Assim, o primeiro passo diz que o problema não está do lado de fora, ao contrário, está dentro de mim. Esse passo é muito importante pois Deus colocou a Resposta para o problema da separação dentro de nós. O Espírito Santo não está fora de nós, está dentro, em nossas mentes. Ao determinarmos que o problema está fora de nós, o que a projeção sempre faz, estamos mantendo o problema separado da resposta. E exatamente isso que o ego quer, porque se o problema do ego é respondido pelo Espírito Santo, nesse caso, o ego não mais existe.
Portanto, o ego é muito dúbio e sutil em nos fazer acreditar que o problema está fora de nós, seja ele em professores, amigos, marido ou mulher, filhos, o presidente—ou na bolsa de valores, no tempo, até no próprio Deus. Somos todos muito bons nessa habilidade de ver o problema onde ele não está, de modo aquela a solução possa ser mantida separada do problema. As lições do livro de exercícios que tornam isso muito claro são as de número e: “Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido” e “Que eu reconheça que os meus problemas foram resolvidos”. Há apenas um problema e esse é acreditarmos na própria separação, ou o problema da culpa, e esse é sempre interno, não externo. Contudo, o primeiro passo para o perdão, é, mais uma vez, dizermos que o problema não está em você; o problema está em mim. A culpa não está no próximo, mas em nós mesmos. O problema não está na tela na qual eu o projetei; ao contrário, está no filme dentro de mim, que é um filme feito de culpa.
Agora, o segundo passo, que é o mais difícil, o passo que todos nós fazemos qualquer coisa para evitar, é lidar com o conteúdo desse filme, que é a nossa própria culpa. E por isso, mais uma vez, que todos nós temos um investimento tão grande em justificar e manter essa raiva e esse ataque assim como em ver o mundo dividido entre o que é bom e o que é mau. Enquanto fizermos isso, não temos que lidar com esse segundo passo, que é olhar para a nossa culpa e para todos os nossos sentimentos de ódio em relação a nós mesmos.
No primeiro passo, eu digo que a minha raiva é uma decisão que eu tomei para projetar a minha culpa. Agora, no segundo passo, digo que essa mesma culpa também representa uma decisão. Representa a decisão de ver a mim mesmo como culpado ao invés de sem culpa. Tenho que reconhecer, ao contrário, que sou um Filho de Deus ao invés de um filho do ego, que a minha verdadeira casa não é nesse mundo mas em Deus. Não podemos fazer isso até olharmos primeiro para a nossa culpa e dizermos que não é isso o que realmente somos. Não podemos dizer isso até olharmos primeiro para uma outra pessoa e dizermos: “Você não é o que eu fiz de você; você é realmente o que Deus criou”.
......
"Mais uma vez, de forma muito clara, o propósito de Um Curso em Milagres é trazer a tona o sistema de pensamento do ego e o sistema de pensamento do Espírito Santo—a nossa mentalidade certa e a nossa mentalidade errada—para assim nos habilitar a optar contra a mentalidade errada e a favor do perdão e do Espírito Santo. Esse é um processo lento e temos que ser pacientes. Ninguém escapa da culpa da noite para o dia. As pessoas que dizem a vocês que transcenderam seus egos provavelmente não o fizeram. Se o tivessem feito, nem sequer lhes diriam, pois estariam além disso.
Deixem-me falar agora, de forma bastante específica, sobre como isso funciona. E aqui vemos como Jesus e o Espírito Santo nos pediriam para lidar com as situações que aparecem nas nossas vidas. Vamos dizer que estou sentado aqui, tentando fazer o trabalho do meu Pai e alguém entra e me insulta ou joga alguma coisa em cima de mim. Vamos assumir que, nesse momento em que estou aqui sentado, eu não esteja na minha mente certa. Em outras palavras, eu acredito que sou um ego. Sinto-me amedrontado e culpado, e não acredito que Deus esteja comigo; não estou me sentindo muito bem sobre mim mesmo. Agora você entra e começa a xingar e gritar comigo, me acusando de todos os tipos de coisas. Em algum nível, porque sou culpado, acreditarei que o seu ataque a mim é justificado. Isso não tem nada a ver com o que você diz ou não diz, ou se o que você diz é ou não verdadeiro. O fato de eu já ser culpado vai exigir que eu acredite que deva ser punido e atacado. Você entra e faz exatamente o que eu acredito que esteja vindo para mim. Isso vai dar lugar a duas coisas. Em primeiro lugar, o seu ataque a mim vai reforçar toda a culpa que eu já sinto. Em segundo lugar, vai reforçar a culpa que você já sente porque você não me estaria atacando se você mesmo já não fosse culpado. O seu ataque a mim vai reforçar a sua própria culpa.
Nessa situação, eu não vou apenas sentar aqui e receber o seu ataque sem me mexer. Eu farei uma dessas duas coisas (ambas são a mesma): uma é ir para um canto chorar e pedir a você para ver como você me tratou mal, como me trouxe todo esse sofrimento, para que você veja como me sinto miserável e se sinta responsável por isso. A mensagem que eu estou lhe dando é: por causa da coisa terrível que você me fez, eu estou agora sofrendo. Essa é a minha maneira de lhe dizer que você deve se sentir arrasado e culpado por causa do que você me fez. A outra forma de fazer a mesma coisa é atacar você de volta. Vou apenas xingar você com todos os nomes feios que conheço e dizer: “O que você pensa que é me chamando de tudo isso? Você é que é realmente uma pessoa, etc.”
Essas duas formas de defesa da minha parte são realmente maneiras de fazer você se sentir culpado pelo que fez comigo. O próprio fato de eu estar fazendo isso com você constitui um ataque pelo qual eu vou me sentir culpado; o próprio fato de eu estar impondo culpa a você, que já se sente culpado, vai reforçar a sua culpa. Assim, o que acontece quando a sua culpa se encontra com a minha é que a reforçamos em cada um de nós e desse modo ficamos ambos ainda mais condenados a essa prisão de culpa na qual vivemos.
Dessa vez, vamos assumir que você vem aqui e me insulta, mas agora eu estou na minha mente certa e me sinto bem em relação a mim mesmo. Sei que Deus está comigo, que Deus me ama e, por causa disso, nada pode me ferir. Não importa o que você faça comigo, porque eu sei que Deus está comigo, sei que estou perfeitamente a salvo e em segurança. Sei que seja o que for que você diga, mesmo que possa ser verdade em certo nível, em umnível mais profundo não pode ser verdadeiro porque sei que sou um Filho de Deus e, portanto, sou perfeitamente amado pelo meu Pai. Não há nada que você diga ou faça que possa tirar isso de mim.
Se assumirmos que é essa a posição na qual eu estou no momento em que estou aqui sentado e você entra e me insulta, eu sou livre para olhar para o que você fez de outra maneira. Há uma frase maravilhosa na primeira carta de João no Novo Testamento que diz: “O amor perfeito exclui o medo”. Jesus a cita muitas vezes no Curso de modos diferentes. O que isso significa não é apenas que o amor perfeito exclui o medo, também exclui o pecado, a culpa, e todas as formas de sofrimento e raiva. Não há nenhuma maneira de alguém estar repleto do amor de Deus (e identificado com isso) e ter medo, raiva, culpa, ou buscar ferir outra pessoa. E absolutamente impossível que alguém sinta o Amor de Deus e procure ferir um outro. Você simplesmente não pode fazer isso.
Isso significa que se você está tentando me ferir. Naquele momento específico você não acredita que esteja repleto do Amor de Deus. Naquele momento específico, você não está se identificando como um Filho de Deus. Você não acredita que Deus seja seu Pai e, porque está no seu estado egótico, você se sentirá ameaçado e culpado. Você sentirá que Deus está tentando pegá-lo. E a única forma de você lidar com toda essa culpa é atacando um irmão. E isso o que a culpa sempre faz. Portanto, quando você me insulta ou me ataca, está dizendo: “Por favor, me ensine que eu estou errado; por favor me ensine que há um Deus que me ama, que eu sou Sua criança. Por favor, me mostre que o amor que eu acredito ser impossível para mim realmente existe”. Assim, todo ataque é um pedido de auxilio ou um pedido de amor. -
O primeiro subtítulo do capítulo do texto, “O julgamento do Espírito Santo” (T-I) declara isso de forma muito nítida. Aos olhos do Espírito Santo cada ataque é um pedido de ajuda ou um pedido de amor porque se a pessoa se sentisse amada, ele ou ela não poderiam nunca atacar. O ataque é uma expressão do fato de que a pessoa não se sente amada e, portanto, é um pedido de amor. Está dizendo: “Por favor, me mostre que eu estou errado, que realmente existe um Deus que me ama, que eu sou a Sua criança e não um filho do ego”. Se eu estou sentado aqui na minha mente certa é isso o que vou ouvir. Vou ouvir no ataque um pedido de amor. E por estar identificado com o Amor de Deus naquele momento, como poderia responder de qualquer outra maneira que não fosse uma tentativa de estender esse Amor?
A forma especifica na qual eu respondo ao ataque cabe ao Espírito Santo. Se eu estou na minha mente certa, perguntarei a Ele e Ele me mostrará como devo responder. A forma das minhas ações não é importante. Esse não é um curso sobre atos ou comportamento, mas sobre uma mudança no nosso modo de pensar. Como nos diz Um Curso em Milagres, “não busques mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo” (T-in.:). Se pensamos de acordo com o Espírito Santo, tudo o que fizermos será certo. Santo Agostinho disse uma vez: “Ama e faze o que quiseres”. Se o amor está no nosso coração, tudo o que fizermos será certo; se não está, tudo estará errado, pouco importa o que seja. Portanto, a minha preocupação, ou o que deve me interessar não é o que eu devo fazer quando você me ataca; o que me interessa é como posso ficar na minha mente certa para poder então perguntar ao Espírito Santo o que devo fazer. Repetindo, se eu estou na minha mente certa, verei o seu ataque como um pedido de ajuda e não verei o ataque de forma alguma.
Essa idéia de julgamento e extremamente importante. Mais uma vez, de acordo com o Espírito Santo, há apenas dois julgamentos que podemos fazer sobre qualquer pessoa ou qualquer coisa nesse mundo. Ou é uma expressão de amor ou um pedido de amor."
OFERECER
Monge budista - Shunryu Suzuki
Quando você for para o trabalho, para a faculdade, para uma balada, não vá com uma postura de buscar algo, conseguir algo, sugar algo do local ou das pessoas. Vá para oferecer, vá para gentilmente entregar às pessoas as qualidades de sua simples presença. Ofereça qualquer coisa. Um olhar profundo já é muito hoje em dia. Vá para os lugares e apenas treine olhar tudo com um olhar de abismo. Muitas pessoas precisam só disso: serem olhadas, contempladas suave e lentamente, reconhecidas em sua manifestação mais sutil, tocadas de alguma forma e conectadas com um outro que as transcende e reacende o mistério que as faz viver.
No momento em que se coloca em uma posição mendicante, você adentra um mundo de carência, sente-se incapaz de oferecer algo aos outros e termina com um olhar que suga e enfraquece a energia de qualquer um ao seu redor. Ao final do dia, você continuará insatisfeito e certamente terá construído relações patológicas com os seres, baseadas em sua carência.
Por outro lado, se adotar uma postura expansiva e radicalmente aberta, oferecendo sua existência ao deleite dos outros, você age reconhecendo que não tem nada a perder. Não há medo nem hesitação em seu olhar. Sem esperar ou exigir nada dos outros, você age desimpedidamente, em uma dança sutil em meio às situações. Qualquer solidez ou bloqueio é atravessada por sua leveza e transparência. Qualquer obstrução é liberada pela presença da sua espontaneidade. Você apenas sorri e faz todos sorrirem, ou ainda: você cria o espaço para que todos possam sorrir.
Seu olhar sequer vem de seus olhos. É não-local, surge em qualquer olho, surge do espaço entre os seres, dos rizomas que os transpassam. Você age sem estratégias e cria um raro ambiente no qual cada pessoa se sente livre para igualmente abandonar suas estratégias e apenas ser. Isso é um alívio para qualquer um.
Quando nos apresentamos como mendigos, quando pedimos por algo, tudo nos é insuficiente, ralo, pouco. No fundo, estamos fechados e por isso acabamos não vendo o que há, sem perceber os tesouros de cada lugar, de cada ser, de cada evento. É o coração contraído que suplica, que pede, que suga. Quando vamos sem nada pedir, estamos abertos. Tudo nos arrebata. Tudo já é demais e nos enriquece imediatamente. A qualidade viva das coisas faz nossa visão transbordar de luminosidade.
Ao final do dia, brotará em você uma alegria sem causas, não condicionada. Não há frustração ou insatisfação. Você apenas deu o seu melhor e sente-se em paz. Não interessa se alguém notou, se recebeu elogios ou se você foi completamente ignorado. Você ofereceu toda a sua profundidade. Não há presente maior que um homem possa dar.
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"A paz vem de dentro.
Não a procures à tua volta."
Buda.